
Em uma única palavra: INFERNAL!!!
Olha, confesso uma coisa, eu já tinha assistido a dois shows do Slayer, 94 e 98 respectivamente, ambos em local aberto, em duas edições do Monsters of Rock, ou seja, em festivais...
A expectativa era grande, de como seria um show da banda em local fechado, já que a última passagem em 2006 infelizmente eu não pude ir... E também por fazer a alegria do Tom Araya, uma vez que o próprio em recente entrevista disse que prefere tocar em locais menores, de aproximadamente 3500 lugares, tipo assim, para parecer com o inferno mesmo, se é que me entendem, ele gosta de alta temperatura...
Se a primeira impressão é a que fica, já imaginava que o show ia ser quente, lá fora uma multidão enlouquecida, andando para todos os lados, comprando lanches, cerveja, camisetas, bandanas, ingressos, enfim, nem parecia que era quinta feira, lembrando que não era uma quinta qualquer, foi um dia atípico, para quem não lembra fez um frio glacial, temperatura louca...
Diga-se de passagem, ventilaram que foram vendidos todos os ingressos de pista... Ou seja, casa cheia... Como Araya gosta e a banda faz por merecer...
Eu lá fora, no frio, numa fila imensa, alguém liga do celular, avisando que o show do Korzus, estava chegando ao fim, que a banda acabara de sair do palco... Isso, aproximadamente as 21:45...
Bem, só me restava perder o início do show né? Para quem não sabe, um aviso de utilidade pública, a casa Via Funchal é uma casa moderna, mas sem frescuras, já falei no outro post e repito, é o melhor local para se ver shows em SP, até que me apresentem outro, ainda não fui em alguns locais, mas enfim, lá não tem essa putaria que se vê em outras casas não, nada de atrasos, encher lingüiça, sem pista Premium ou VIP, pelo menos nos dois shows que vi na casa e lá o horário não é pra enfeitar carta e ingresso não, começa no horário e é para ser cumprido...
Bem, em meio ao tumulto, quando vi já estava lá dentro... Olha se atrasou foi questão de poucos minutos, eram quase 22 horas, pouco mais e o calor já era infernal... E quando tentava me achar, as luzes se apagam...
Gritos de Slayer!!! Slayer!!! O Via Funchal estava prestes a TREMER!!!

Bem, não preciso dizer muita coisa não né? Se na introdução de World Painted Blood e na seqüência Hateworldwide foram cantadas em uníssono já valeu a pena, era só o começo e parecia que tinha um furacão lá dentro...
Aquilo era um verdadeiro esporro sonoro, como diria Carlos “Vândalo” Lopes da Dorsal Atlântica...
A primeira minúscula pausa, Tom Araya agradece o público presente e pergunta: Are You Ready? Então ele anuncia WAR ENSEMBLE, essa canção merece destaque, não só por se tratar de um clássico do Slayer, mas do meio para o fim da música, o som simplesmente “SUMIU”, não se ouvia nada, somente o som e de longe de Dave Lombardo quebrando tudo e detalhe, o público cantando como se estivesse rolando normalmente a música (!), como se estivessem acompanhando a banda, o disco, enfim, algo lindo de se ver e ouvir... A banda se retira e se faz breve pausa para acertor técnicos...
Com certeza isso mexeu e demais com a banda, não tem como se emocionar...
Uma coisa é certa, os fãs do Slayer são apaixonados e essa conexão com a banda faz com que nada saia errado... Após pequena demora, algumas pessoas começaram a elogiar o Via Funchal com gritos do tipo: Via Funchal vai tomar no C..., Mas, enfim, no fim do show a casa postou uma nota nos telões informando que a culpa seria da equipe técnica que acompanha a banda se isentando de toda e qualquer responsabilidade com o ocorrido...
Posso estar enganado, mas, quando voltaram para seqüência do show, parecia que o som estava um pouquinho mais baixo, pode ser impressão, mas vai saber ao certo o que aconteceu... Porém a banda veio para mostrar a que veio... E compensou por qualquer eventual falha, inclusive com pedidos de desculpas feitos por Araya...
Outro detalhe que merece e MUITO DESTAQUE, é que como falei, queria mesmo era ver o Dave Lombardo em ação e como seria um show da banda em local fechado, de quebra tive o prazer de ver Gary Holt (Exodus), que está tocando no lugar de Jeff Hanneman desde fevereiro. Jeff se recupera de uma cirurgia no braço decorrente da picada de uma aranha...
Para os fãs de Exodus, como EU, não tem nem o que dizer de Gary Holt, o cara é uma lenda, mas estranho foi que não vi ninguém comentando que o loiro fez falta?
Parecia que não tinha nada de diferente, tava tudo certo... Embora Gary, assim como o careca Kerry King abusam mais das alavancas a dupla arrepiou em cada música e se mostraram devidamente entrosados... Parece que Jeff não faz a mínima falta...
Voltando ao show, o set list foi destruidor...
Na seqüência de War Emsemble veio Post Mortem, Temptation, Dittohead, Stain Of Mind, Disciple, como respirar desse jeito...
As rodas estavam animais, aquele calor humano, sem violência, tudo numa boa, como deve ser...
A coisa mais lenta que rolou nesse show foi South of Heaven e o dedilhado de Seasons In The Abyss, de resto, só paulada na moleira...
Digno de nota é o set list da banda (conferir abaixo), mesclando novos sucessos, com músicas antigas, da minha parte confesso que faltou alguma música do HELL AWAITS, que foi totalmente ignorado pelos caras...
A sequência final do show foi algo absurda: Mandatory Suicide que ficou fenomenal, Chemical Warfare, Ghosts of War, Seasons in the Abyss e Snuff...
Pra quem ficou vivo, ou sobreviveu, ainda pode conferir o BIS de quatro músicas, sendo as desconhecidas: South Of Heaven, Raining Blood, Black Magic e Angel Of Death, enfim, ninguém cantou ou agitou nessas músicas, pra não dizer que foi exatamente o contrário né?
O show com o atraso já citado para reparos no som, teve quase duas horas de duração...
O público agitou e cantou todas as músicas... Todo mundo saiu com a alma literalmente lavada, banhada em muito suor, show do Slayer é isso aí, que venha o próximo...

Quem não foi realmente perdeu, uma aula de técnica, agressividade e muito profissionalismo dos músicos, o que faz do Slayer uma banda muitíssimo respeitada, colocando-a no patamar, de além de ser uma das pioneiras, ser uma das principais bandas e possuir um dos melhores shows do estilo que ajudaram a inventar...
No fim do show, todos agradeceram, com direito a palavras em português de Tom Araya: “Obrigado, muito obrigado... e até um mutchas gracias (coincidência ou não, no mezanino havia uma bandeira do Chile, bem de frente para o palco), Dave Lombardo jogou algumas baquetas e se retiraram do palco...
Set List:
01) World Painted Blood
02) Hate Worldwide
03) War Ensemble
04) Postmortem
05) Temptation
06) Dittohead
07) Stain Of Mind
08) Disciple
09) Blood Rain
10) Dead Skin Mask
11) Hallowed Point
12) The Antichrist
13) Americon
14) Payback
15) Mandatory Suicide
16) Chemical Warfare
17) Seasons In The Abyss
18) Snuff
* * * ENCORE * * *
19) South Of Heaven
20) Raining Blood
21) Black Magic
22) Angel Of Death
*** Em breve post do show de ALICE COOPER na página principal e também na minha página pessoal... BOM SHOW!!! ***
Abraços,
Betho "Sabba†h" Henrick
Opa até q enfim hein tivemos esse privilégio. Há tempos seus fãs pedem encarecidamente: Betho escreva!!!!! e eu sou um desses....Parabéns e veja se escreve mais, ABS!!!!
ResponderExcluirNão conheço muito a história dessa banda, mas por ouvir sempre falar dela, acho ela bem incrível. Bom, vou procurar ouvir mais. E texto, mais uma vez, maravilhoso. É legal ver alguém que tem entusiasmo o bastante pra escrever sobre uma das melhores coisas do mundo: MÚSICA!
ResponderExcluirParabéns novamente, Betho! Belíssimo texto!
Josy.